Receber recursos financeiros de alguém experiente e que, ainda, participará ativamente das decisões estratégicas do seu negócio. Se para você somente um anjo poderia fazer isso, saiba que está absolutamente certo. Os investidores anjo são empresários e executivos de sucesso – com acúmulo de experiência e patrimônio -, dispostos a alavancar novos projetos. Em contrapartida, eles recebem ações ou cotas de participação. A prática é comum em economias mundialmente maduras e começa a ganhar força no Brasil.
São feitos investimentos que giram em torno de R$ 100 mil a R$ 1 milhão. Mas como atrair os anjos? “De nada adianta ter a grande ideia se não souber transmitir como irá concretizá-la. É importante ter em mãos um plano de negócios voltado para o crescimento, bem estruturado, com projeções e baseado em estudos de mercado”, recomenda Álvaro Cravo, sócio do Álvaro Cravo Advogados e instrutor do seminário de empreendedorismo Empretec, desenvolvido pela ONU e aplicado no Brasil pelo SEBRAE. Ele explica que os investidores anjo esperam dos empresários ou empreendedores um amplo conhecimento do produto e do mercado onde pretendem atuar.
Além disso, são levados a sério características como comprometimento, integridade, honestidade, bem como estar receptivo a receber orientações e a cumprir as metas estabelecidas. Pode-se esperar dos investidores anjo, além dos investimentos financeiros, a contribuição intensa com opiniões e a utilização da rede contatos, o que facilitará o crescimento do negócio.
Transmita confiança e seja ágil
O investidor anjo Paul Bragiel, da I/O Ventures, do Vale do Silício, EUA, recomenda que no dia da apresentação a ideia seja transmitida de forma ágil e objetiva para se chegar logo a parte das perguntas e respostas, que para ele é o mais interessante. Portanto, esqueça os detalhamentos exaustivos. Em encontro organizado pelo Centro de Empreendedorismo da FGV-SP, em São Paulo, o investidor enumerou alguns detalhes que ele considera na hora de avaliar um investimento em potencial.
Em primeiro lugar, para Bragiel, é importante que a equipe tenha pelo menos um fundador técnico para o negócio avançar tecnicamente. Ele observa se o negócio conta com pessoas motivadas a aprender e que se conheçam para se apoiarem em eventuais momentos difíceis. Por último, ele analisa a ideia, que deve ser boa e empolgante. De acordo com Paul Bragiel, o potencial do sucesso do negócio está mais na execução do que na ideia em si.
Atenção aos detalhes jurídicos
“Normalmente, os investidores anjo são sócios minoritários que contam com instrumentos jurídicos bem elaborados para ter o controle diretivo em algumas decisões, principalmente, as de cunho financeiro”, explica Cravo. “Por isso, tanto o investidor quanto o investido devem estar atentos às cláusulas e condições a serem estabelecidas na formalização do acordo de investimento por intermédio de contrato social, estatuto ou acordo de acionistas”, recomenda o advogado.
Álvaro Cravo destaca que muitas vezes esses contratos são precedidos de alguns instrumentos preliminares, tais como: protocolo de intenções, memorando de entendimentos e termo de confidencialidade, por exemplo. “As partes envolvidas devem estar atentas a cláusulas como: direitos e deveres dos sócios, voto qualificado em determinadas matérias, restrições para vendas de ações, representações e garantias”, diz.
Conquiste negócios de sucesso
Startups como Google e Facebook decolaram com os investidores anjo. Do inglês “angel investor”, o termo foi criado originalmente na Broadway para identificar pessoas ou empresas que financiavam peças teatrais. Por aqui, há associações e clubes como: Arpex, Anjos do Brasil e Gávea Angels. Já a consultoria Commutare – Gestão e Reestruturação de Empresas auxilia as empresas e empreendedores na formatação de projetos de captação de recursos, estudos de viabilidade econômico-financeiro e planos de negócios.
Outras formas de captação de recursos
Até a pouco tempo, os empresários e empreendedores brasileiros quando precisavam captar recursos para estruturar seu projeto ou expandir a empresa, utilizavam recursos próprios, de fundos familiares e até chegavam a contrair dívidas com empréstimos bancários. Poucos se aventuram a captar recursos em bancos de fomento, por intermédio de projetos de captação, cujos recursos são subsidiados pelo governo – a maioria a fundo perdido e com as taxas de juros bem abaixo do mercado tradicional.
“É certo que a captação de recursos em bancos de fomento, como BNDES e FINEP, é complexo, porque demanda o preenchimento de certos requisitos, principalmente, no que se refere à entrega de um bom plano de negócios”, afirma Álvaro Cravo. “Mas vale se empenhar porque uma quantia significativa desses fundos não chega às empresas porque os empresários e empreendedores não conseguem apresentar os requisitos mínimos exigidos por essas instituições, por ausência de planejamento e organização”, conclui.
Contatos:
Álvaro Cravo Advogados: contato@alvarocravo.adv.br – (21) 2240-1118
Commutare: www.commutare.com.br